- O que te excita numa mulher, Sofia?
- Hum…
- A mim é o facto de ela ser parecida comigo… É como se me estivesse a ver ao espelho. Por isso, eu nunca seria capaz de desejar um homem, percebes?
- …
- Quando desejo uma mulher é como se estivesse a entrar no meu próprio desejo, como se…
- Sim?
- … Como se o meu corpo fosse suficiente para alcançar todo o prazer possível, como se o meu corpo fosse um todo completo e eu me pudesse foder a mim mesma!
- Quando uma pessoa ao explicar uma coisa qualquer diz tantas vezes “como se” só pode tratar-se de uma grande treta!
- Ai! És sempre tão crítica… Mas diz lá, o que te excita numa mulher?
Sofia olhou para o corpo nu da universitária pedante que tinha acabado de lhe lamber o sexo com devoção, mas a memória sobrepôs-se à visão e o sorriso sarcástico de Marta invadiu o quarto e obscureceu momentaneamente a nudez da outra. Sofia abanou a cabeça, jogou a mão na direcção dos seios da rapariga e respondeu-lhe com a sua habitual franqueza:
- Bem… As mamas, o cu, a cona… E os olhos, claro!